A profundidade rasa.
A nossa condição de criaturas que pensam e repensam enquanto instrumento da ficção de nós (do que nós somos, do que nós pretendemos ser, do que nós pensamos ter sido), e do que nos cerca é uma constante que me angustia.
Se a ficção é o que é, suponho que a nossa profundidade é rasa.
O raso é raso até quando?
A epistemologia das coisas, na qualidade de reflexão geral em torno da natureza, faz com que eu, enquanto um quase coisa, ora acredite que sou um sujeito indagativo que sonha que é um objeto inerte, ora acredite que sou um objeto inerte que sonha que é um sujeito indagativo.
O paradigma é um paradoxo.
E quem sou eu para nadar a favor da maré dessas profundidades tão rasas?
Assintomático, organizo-me enquanto um quase coisa, um não escritor, um meta artista.
O meu manifesto é um contramanifesto.
A minha situação é um buraco negro no sol central do universo.
Alguém sabe onde fica o centro ou se o universo tem um centro, quanto mais um sol central?
A não resposta está em Hermes Trismegisto, que é o megazord formado por Epicuro, Tagore e Viracocha.